✍️ Gramática para Concursos: O Guia Definitivo para Gabaritar Português em 2025

Ilustração de um concurseiro no topo de uma montanha de livros, simbolizando a conquista do domínio da gramática para concursos, com a frase 'Conquiste o topo da aprovação'.
Dominar a gramática é escalar a montanha mais importante da sua preparação.

Você está lá, na cadeira desconfortável da sala de provas. O fiscal entrega o caderno. Seu coração bate um pouco mais forte. Você já passou meses dominando Direito Administrativo, raciocínio lógico parece fichinha, mas então você vira a página e encara o monstro: a seção de Língua Portuguesa. Uma questão sobre a função do “que”. Outra sobre a crase em uma situação que você nunca viu. O desespero bate.

Essa cena é familiar para você? Para milhares de concurseiros, o português é o calcanhar de Aquiles, a disciplina que, por mais que se estude, parece sempre guardar uma nova armadilha. É a matéria que te impede de alcançar aqueles pontos decisivos que separam os aprovados dos que “quase passaram”.

Mas essa história não precisa ser a sua.

E se eu te dissesse que a gramática não é um amontoado de regras aleatórias, mas um sistema incrivelmente lógico? E que, ao entender essa lógica, você pode não apenas domar esse monstro, mas transformá-lo em sua maior arma competitiva?

Este guia foi construído para ser o seu mentor nessa jornada. Não vamos apenas listar regras; vamos mergulhar na mente das bancas examinadoras, como a temida FGV e o metódico Cebraspe. Vamos desvendar a lógica por trás de cada conceito, usando como referência a abordagem de mestres consagrados, como Fernando Pestana em sua obra fundamental, A Gramática para Concursos. Prepare-se para virar o jogo e fazer do português o diferencial da sua aprovação.

A Gramática para Concursos Públicos – 5ª Edição

Prepare-se com o best-seller de Fernando Pestana. Esta gramática otimiza seu tempo ao focar no essencial: dicas matadoras, análise estratégica das principais bancas e centenas de questões comentadas. Domine até as polêmicas gramaticais mais complexas, ganhe base para recursos e conquiste sua aprovação.

🏛️ Por que Dominar a Gramática é o Alicerce da sua Aprovação?

Muitos candidatos subestimam o poder da gramática. “Vou focar em Direito, que tem mais peso”, pensam eles. Esse é um erro estratégico fatal. O domínio da Língua Portuguesa é transversal; seu impacto vai muito além das questões específicas da disciplina.

Pense na Mariana, uma concurseira fictícia, mas que representa uma realidade comum. Ela gabaritou a parte de conhecimentos específicos do seu concurso para Tribunal, mas ficou por três pontos. Ao pegar a correção, o choque: os três pontos perdidos estavam em questões de interpretação de texto cujo cerne era entender o valor concessivo de uma conjunção e a referência de um pronome relativo. A base gramatical falhou.

O domínio da gramática é um tripé que sustenta sua aprovação:

  1. Interpretação de Enunciados e Textos: Um enunciado de prova é um texto técnico. Uma vírgula fora do lugar pode mudar todo o sentido de uma lei ou de uma pergunta. Entender a sintaxe, a pontuação e a semântica permite que você compreenda exatamente o que a banca está pedindo, evitando as famosas “pegadinhas”.
  2. Produção de Textos Discursivos (Redação): Para os concursos com prova discursiva, a gramática é 50% da sua nota, no mínimo. Você pode ter o conhecimento técnico mais profundo do mundo, mas se o seu texto tiver erros de concordância, regência ou pontuação, a banca te penalizará severamente. Um texto gramaticalmente impecável demonstra clareza de raciocínio e respeito à norma culta, elevando sua nota e sua credibilidade. É a base para uma redação nota 10 em concursos.
  3. Segurança e Agilidade Mental: Quando você domina as regras, você para de “achar” e passa a “saber”. Essa certeza te dá velocidade para resolver as questões de português e mais tempo para as outras disciplinas. A ansiedade diminui, a confiança aumenta, e seu desempenho geral melhora.

🔊 Os Segredos da Fonética e da Acentuação Gráfica

Tudo no idioma começa com os sons. Pode parecer um tópico básico, mas as bancas são mestres em criar questões complexas a partir desses fundamentos.

A diferença entre letra (representação gráfica) e fonema (unidade sonora) é o ponto de partida. A palavra “hoje” tem 4 letras, mas apenas 3 fonemas, pois o ‘h’ inicial não tem som. Já em “táxi”, temos 4 letras e 5 fonemas, pois o ‘x’ tem o som de /ks/, um dífono.

Atenção Máxima nas Provas:

  • Acentuação Gráfica: A Lógica da Exceção: Em vez de decorar todas as regras, entenda a lógica. A regra principal do português é que a maioria das palavras são paroxítonas (sílaba tônica na penúltima sílaba) e terminam em -a, -e, -o, -em. Portanto, a acentuação gráfica serve para marcar o que é exceção a essa regra.
    • Oxítonas: Acentuam-se as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em, -ens. (Ex: sofá, café, jiló, também).
    • Paroxítonas: Acentuam-se TODAS, EXCETO as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em, -ens. Por isso “táxi” (terminada em i), “hífen” (terminada em n) e “fácil” (terminada em l) têm acento. E é por isso que “hifens” (terminada em ens) perde o acento no plural! É um clássico.
    • Proparoxítonas: Todas, sem exceção, são acentuadas. (Ex: lâmpada, médico, sílaba).
  • Pegadinhas do Novo Acordo Ortográfico: O acordo de 2009 já não é tão novo, mas ainda gera vítimas.
    • Hiatos “i” e “u”: Palavras como “feiura” e “baiuca” perderam o acento. A regra é que, se o hiato ‘i’ ou ‘u’ vier depois de um ditongo, ele não é mais acentuado.
    • Ditongos Abertos “éi” e “ói”: Perderam o acento nas palavras paroxítonas. Por isso, “ideia”, “assembleia” e “jiboia” não têm mais acento. Mas atenção: nas palavras oxítonas, o acento permanece! (Ex: “herói”, “anéis”, “pastéis”).
  • O Caso do “Acento Diferencial”: Ele serve para diferenciar palavras homógrafas (mesma grafia). O novo acordo aboliu a maioria, mas alguns permaneceram. Os mais importantes são:
    • pôde (verbo poder no pretérito perfeito) vs. pode (presente).
    • pôr (verbo) vs. por (preposição).

🧱 A Estrutura das Palavras: Desvendando a Morfologia

Se a fonologia estuda os sons, a morfologia estuda a “engenharia” das palavras. Entender seus blocos de construção (morfemas) é uma habilidade poderosa para decifrar significados e acertar questões de formação de palavras.

Processos de Formação Essenciais:

  • Derivação: Cria-se uma palavra nova (derivada) a partir de uma já existente (primitiva).
    • Prefixal: Adiciona-se um prefixo. (Ex: infeliz, refazer).
    • Sufixal: Adiciona-se um sufixo. (Ex: felizmente, alfabetização).
    • Parassintética: Adiciona-se um prefixo e um sufixo ao mesmo tempo. A palavra não existe sem um dos dois. (Ex: anoitecer -> não existe “anoite” nem “noitecer”).
    • Regressiva: Reduz-se a palavra primitiva para criar um substantivo. Geralmente, verbos viram substantivos. (Ex: do verbo “comprar” vem “a compra”; de “atacar” vem “o ataque”).
    • Imprópria: A palavra muda de classe gramatical sem mudar de forma, apenas pelo contexto. (Ex: “O jantar estava ótimo” -> o verbo “jantar” virou um substantivo).
  • Composição: Junta-se dois ou mais radicais para formar uma nova palavra.
    • Por Justaposição: Os radicais se unem sem alteração sonora. (Ex: guarda-chuva, passatempo).
    • Por Aglutinação: Os radicais se unem e há alteração sonora. (Ex: aguardente (água + ardente), planalto (plano + alto)).

Saber isso te ajuda a entender por que “desalmado” é derivação prefixal e sufixal, mas “anoitecer” é parassintética, uma distinção frequentemente cobrada.

📚 As Classes de Palavras e Suas Funções: O Coração da Gramática

Aqui está o núcleo da gramática. Não basta decorar as 10 classes; é preciso entender como elas dançam juntas dentro da frase. A função de uma palavra depende 99% do seu contexto.

Substantivos, Artigos e a Magia da Substantivação

O substantivo nomeia os seres. O artigo o acompanha, definindo-o (o, a) ou indefinindo-o (um, uma). A grande jogada das bancas é a substantivação: qualquer palavra, ao ser precedida por um artigo, vira um substantivo. “O olhar dela me confundiu” (verbo virou substantivo). “Não entendi o porquê da decisão” (conjunção virou substantivo).

Adjetivos e Advérbios: Os Modificadores

O adjetivo caracteriza o substantivo (“aluno esforçado“). O advérbio modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, indicando uma circunstância (tempo, modo, lugar, intensidade). (Ex: “Ele chegou ontem.” “Ela é muito inteligente.”). Uma pegadinha comum é confundir os dois. Lembre-se: o adjetivo é variável (concorda em gênero e número); o advérbio é invariável.

Verbos: A Alma da Frase

Verbos indicam ação, estado ou fenômeno da natureza. Dominá-los é crucial.

  • Modos Verbais: O Indicativo expressa certeza (“Eu estudo“). O Subjuntivo expressa dúvida, desejo (“Talvez eu estude“). O Imperativo expressa ordem, pedido (“Estude!”). As bancas adoram pedir para transpor frases de um modo para outro.
  • Vozes Verbais: A Voz Ativa (sujeito pratica a ação: “O aluno fez a prova”), a Voz Passiva (sujeito sofre a ação: “A prova foi feita pelo aluno”) e a Voz Reflexiva (sujeito pratica e sofre a ação: “O aluno feriu-se”). Entender a transposição entre as vozes ativa e passiva é uma habilidade essencial.

Pronomes: Os Substitutos Estratégicos

Pronomes evitam a repetição e conectam ideias.

  • Colocação Pronominal: O pesadelo de muitos. A regra geral é a ênclise (pronome depois do verbo). A próclise (antes do verbo) é obrigatória com “palavras atrativas”: negativas (não, nunca), advérbios, pronomes relativos (que, qual) e conjunções subordinativas. (Ex: “Não me diga isso.”).
  • Pronome Relativo “Que”: É o mais versátil e o mais cobrado. Pode ser trocado por “o qual” (e suas variações). Sua função sintática depende do termo que ele substitui na oração seguinte. (Ex: “O livro que li é ótimo.” -> Eu li o livro. O “que” tem função de Objeto Direto).

Regência e Concordância: A Dupla da Coesão

Regência é a relação de dependência. Alguns verbos são cruéis:

  • Aspirar: No sentido de “respirar”, é transitivo direto (Aspirou o ar). No sentido de “almejar”, é transitivo indireto e exige “a” (Aspira ao cargo).
  • Implicar: No sentido de “acarretar”, “resultar”, é transitivo direto! O uso da preposição “em” é coloquial e considerado erro na norma culta. (Certo: “Sua atitude implicará punição.” Errado: “…implicará em punição.”).

Concordância é a harmonia.

  • Verbal: O verbo concorda com o sujeito. Cuidado com sujeitos longos ou invertidos. (“Chegaram ontem os documentos que a diretoria solicitou.”).
  • Nominal: O adjetivo concorda com o substantivo. Atenção para expressões como “É proibido”, “É bom”, “É necessário”. Elas só variam se o sujeito vier determinado por artigo. (Ex: “É proibido entrada.” mas “É proibida a entrada.”).

Ao aprofundar nesses temas, você começa a evitar os erros gramaticais que mais eliminam candidatos, criando uma vantagem competitiva real.

O Terror da Crase: Desmistificando o Acento Grave

Crase não é um bicho de sete cabeças. É a simples fusão da preposição “a” com o artigo “a” (ou com o “a” inicial de pronomes como “aquele”, “aquela”). O macete de trocar por um termo masculino e ver se vira “ao” funciona em 80% dos casos. Mas para gabaritar, você precisa saber os casos proibidos (antes de verbo, de masculino, de pronomes pessoais) e os obrigatórios (em locuções adverbiais femininas como “às vezes”, “à noite”).

🎯 A Estratégia de Estudo Perfeita para Gramática

Ter o conhecimento não basta. É preciso ter um método para absorvê-lo e aplicá-lo sob pressão.

Teoria, Prática e Revisão: O Ciclo da Aprovação

  1. Teoria (30%): Use um material de base forte e confiável. Um bom livro, como o citado A Gramática para Concursos, é um investimento que te poupa tempo, pois já organiza o conteúdo de forma didática e focada no que cai.
  2. Prática (50%): Resolva questões exaustivamente. Use plataformas de questões para filtrar por banca, assunto e ano. Não faça poucas. Faça centenas, milhares. É na prática que a teoria se consolida.
  3. Revisão (20%): De que adianta fazer mil questões se você não aprende com seus erros? Crie um “caderno de erros”. Para cada questão que errar, anote a regra que você não sabia ou a desatenção que cometeu. Revise esse caderno semanalmente. É a ferramenta mais poderosa para um progresso rápido.

A Gramática para Concursos Públicos – 5ª Edição

Prepare-se com o best-seller de Fernando Pestana. Esta gramática otimiza seu tempo ao focar no essencial: dicas matadoras, análise estratégica das principais bancas e centenas de questões comentadas. Domine até as polêmicas gramaticais mais complexas, ganhe base para recursos e conquiste sua aprovação.

O Poder do Estudo por Questões Ativo

Não seja um resolvedor passivo de questões. Para cada item, pergunte-se:

  • Por que esta alternativa está certa?
  • Por que as outras quatro estão erradas? Qual regra as invalida?
  • Qual foi o raciocínio da banca para elaborar esta “pegadinha”?
  • Existe outro jeito de perguntar sobre este mesmo assunto?

Essa postura ativa transforma o estudo em uma análise estratégica do seu inimigo, a banca.

❓ Perguntas Frequentes sobre Gramática para Concursos

É possível aprender gramática do zero para passar em concurso?

Absolutamente. Com um plano de estudos estruturado, um bom material de apoio e muita disciplina, é totalmente possível partir do zero e atingir um nível de excelência. A chave é a constância e a metodologia correta, focando em construir a base antes de avançar para tópicos complexos.

Devo focar mais na teoria ou na resolução de questões?

O ideal é o equilíbrio, mas com uma leve inclinação para a prática. Uma boa proporção é 30% de estudo teórico e 70% de resolução de questões e análise de erros. As questões te mostram como a teoria é cobrada e quais são os pontos mais relevantes para a sua banca.

Quais são os 3 tópicos de gramática que mais caem em concursos?

Embora varie um pouco entre as bancas, três tópicos são presença quase garantida: 1) Concordância (verbal e nominal), 2) Regência (verbal e nominal) e 3) Pontuação (especialmente o uso da vírgula). Dominar essa trinca já garante uma boa parte dos pontos.

Quanto tempo leva para dominar a gramática para concursos?

Não há uma resposta única, pois depende da sua base e da sua dedicação. No entanto, com um estudo focado de 3 a 5 horas semanais, um concurseiro dedicado pode, em um período de 4 a 6 meses, adquirir uma base sólida e competitiva para a maioria dos concursos.

Conclusão: Faça as Pazes com o Português

A gramática não precisa ser sua inimiga. Encare-a como um quebra-cabeça, um código a ser decifrado. Cada regra aprendida é uma peça que se encaixa, revelando um quadro maior de lógica e clareza.

A jornada para dominar o português é um investimento com retorno garantido, não apenas em pontos na prova, mas em confiança e capacidade analítica para toda a sua vida como servidor público. Pare de adiar. Comece hoje, siga este guia, utilize as ferramentas certas e transforme a Língua Portuguesa na escada para a sua aprovação.

Agora é com você! Qual sua maior dificuldade em gramática? Deixe um comentário abaixo e vamos conversar!

💬 FAQ – Esclarecimentos Essenciais de Gramática Portuguesa 💬

O que são dígrafos e dífonos, e quais são os tipos de dígrafos?

Dígrafos ocorrem quando duas letras juntas representam um único fonema (som). A segunda letra, nesses casos, é diacrítica, ou seja, ela só existe para auxiliar na pronúncia, como o segundo “r” em “carro” comparado ao “r” em “caro”. Um dífono, por outro lado, é o oposto: uma única letra que representa dois fonemas (como o “x” com som de “z” em “inexorável”). Existem dígrafos consonantais (gu, qu, ch, lh, nh, rr, ss, sc, sç, xc, xs) como em “guerreiro” e “chave”.

Quais letras podem funcionar como semivogais e em que circunstâncias?

Fonemas semivocálicos (semivogais) têm o som de “i” ou “u” e sempre aparecem apoiados em uma vogal na mesma sílaba, sendo menos tônicos que as vogais. As letras que podem representar semivogais incluem I, U, E, O, M, N, W, e Y. Exemplos incluem o “i” em “pai”, o “u” em “mouro”, o “e” com som de “i” em “mãe”, o “o” com som de “u” em “pão”, o “m” com som de “u” em “cantam”, o “m” com som de “i” em “dancem”, o “n” com som de “i” em “hífen” e “glutens”, o “w” com som de “u” em “windsurf”, e o “y” com som de “i” em “office boy”.

Quando o acento gráfico é utilizado para marcar a sílaba tônica em português?

Em geral, cada palavra recebe apenas um acento gráfico para marcar a posição da sílaba tônica. No entanto, existem exceções como a palavra de origem francesa “démodé” que pode apresentar dois acentos. Sinais como o til (~) não são considerados acentos gráficos, mas sim marcas de nasalização; em palavras como “órfão” e “Tupã”, o til coincide com a sílaba tônica, mas sua função primária é nasalizar a vogal. Palavras com pronomes mesoclíticos, como “convidá-la-íamos”, podem ter dois acentos, pois são formas contraídas de verbos compostos.

Quais são algumas das regras de acentuação para palavras paroxítonas e hiatos tônicos?

Palavras paroxítonas são acentuadas quando terminam em ditongo crescente ou decrescente (seguido ou não de “s”), -ão(s), -ã(s), tritongo, ou qualquer outra terminação como l, n, um, r, ns, x, i, is, us, ps, exceto aquelas terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em, -ens. Exemplos: “história”, “fácil”, “glúten”. Hiato tônicos com “i” ou “u” isolados ou seguidos de “s” na mesma sílaba são acentuados com acento agudo (o “i” ou “u” deve ser a segunda vogal do hiato), como em “sa-ú-de” e “ba-ú(s)”. No entanto, hiatos com “i” seguidos de “nh” (“ra-i-nha”) ou hiatos com “i” ou “u” seguidos de “z” (“ra-iz”, “ju-iz”) não são acentuados.

Como se diferencia polissemia de homônimos perfeitos?

Polissemia ocorre quando uma única palavra tem múltiplos significados, mas mantém a mesma classe gramatical em diferentes contextos. Por exemplo, a palavra “bolo” pode significar um doce ou um monte de algo, mas em ambos os casos é um substantivo. Homônimos perfeitos são palavras que têm a mesma grafia e pronúncia, mas pertencem a classes gramaticais distintas e geralmente não compartilham uma origem ou campo de sentido comum. Um exemplo é a palavra “leve”, que pode ser um adjetivo (“peso leve”), um advérbio (“bateu leve”), ou uma forma do verbo “levar” (“leve isso”).

O que são desinências na morfologia das palavras e qual sua função?

Desinências são morfemas flexionais que são adicionados após o radical de uma palavra. Diferentemente dos sufixos, que podem formar novas palavras ou alterar significados, as desinências indicam flexões gramaticais. Em nomes (substantivos e adjetivos), as desinências marcam gênero e número. Em verbos, elas indicam modo, tempo, número e pessoa. Elas modificam levemente a forma da mesma palavra para expressar essas variações. Por exemplo, em “garoto/garota”, o “-o” e o “-a” são desinências de gênero. As desinências número-pessoais (DNPs) em verbos marcam a flexão para indicar quantidade e a pessoa do discurso.

Quais são algumas das regras de colocação pronominal (próclise)?

A próclise (colocação do pronome oblíquo átono antes do verbo) é utilizada em diversos casos. Alguns exemplos incluem: 1) Com palavras de sentido negativo antes do verbo (não, nunca, nada, ninguém, etc.), como em “Não se esqueça de mim.” 2) Com advérbios ou palavras denotativas antes do verbo (agora, já, talvez, etc.), como em “Agora se negam a depor.” 3) Com pronomes indefinidos antes do verbo (alguns, todos, tudo, etc.), como em “Poucos te deram a oportunidade.” 4) Com pronomes interrogativos antes do verbo (que, quem, qual, etc.), como em “Quem te fez a encomenda?” 5) Entre a preposição “em” e o verbo no gerúndio, como em “Em se plantando tudo dá.”

Quais são algumas irregularidades comuns na conjugação de verbos em português?

Alguns verbos apresentam irregularidades significativas em sua conjugação, principalmente na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, o que afeta a formação do presente do subjuntivo e partes do imperativo. Por exemplo, o verbo “caber” tem o radical alterado em “Eu caibo”. O verbo “estar” tem desinências número-pessoais alomórficas em “Eu estou”, “tu estás”, “ele está”, e “eles estão”. Verbos como “pedir” e “medir” (e seus semelhantes) transformam o “d” em “ç” antes de “o” e “a” na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo (“meço”) e no presente do subjuntivo (“meça”). O verbo “valer” transforma o “l” em “lh” antes de “o” e “a” em “valho” e “valha”. O verbo “eleger” transforma o “g” em “j” antes de “a” ou “o” em “elejo” e “eleja”. Verbos como “trazer” e “dizer” também possuem radicais irregulares em diversas formas. Além disso, existem verbos defectivos que não se conjugam em todas as pessoas ou tempos, como o verbo “viger”, que não tem a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo.

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